quinta-feira, 18 de março de 2010

O filho de ijuiense que rendeu uma boa capa

Ele começou a carreira a partir de um hobby. Como o pai, o ijuiense Luiz Razia, que corria por pura paixão. Luiz Razia Filho, 21 anos, ingressou no automobilismo profissional em 2002, no Auto-cross, categoria de rally na terra, hoje conhecida como Velocidade na Terra. Ele concedeu a entrevista logo após a estreia da fórmula 1 no domingo no Bahrein e contou um pouco das suas expectativas para este ano e da emoção de estar junto a elite do automobilismo mundial.

Como você avalia as mudanças na Fórmula 1 para esta temporada com o fim do reabastecimento e o novo sistema de pontuação?
Certamente as corridas não vão ser tão influenciadas pelo pit stop. A Formula 1 procura sempre oportunidades de tornar as corridas mais interessantes, esse ano creio que sem o reabastecimento os pilotos vão ter mais trabalho com os pneus do que antes, terão que controlar mais o quanto estão gastando de pneus e equipamento também.

Você é o quinto brasileiro na F1. Como é fazer parte da elite do automobilismo?
Por parte é muito bom, mas por outro lado sei o quanto é difícil estar realmente pilotando um Formula 1 oficialmente, isso foi um passo importante para minha carreira, mas creio que o mais difícil está por vir! Hoje em dia o automobilismo está muito comercializado e o talento e empenho de um piloto ficou mais para o fim da lista.

Na tua avaliação, qual a perspectiva para os pilotos brasileiros na competição deste ano. Quem pode se sair melhor: Massa (Ferrari), Barrichello (Williams), di Grassi (Virgin) e Bruno Senna (HRT)?
Felipe Massa 100%, ele tem chance de brigar pelo campeonato durante o ano, acredito que Barichello vai brigar por pontos durante o ano, mas pelo campeonato acho difícil! Lucas e Bruno precisam fazer um bom trabalho durante o ano para mostrar o valor de cada um!

O que se pode esperar do retorno de Michael Schumacher. Ele ainda é considerado um favorito?
Ele é sempre considerado um favorito com um bom carro, ele tem o potencial de levar uma equipe a melhorar durante o ano, é um bom líder e consegue motivar a equipe para fazer o melhor, creio que durante o ano ele vai crescer bastante!

Como estão os testes na GP3 e como você avalia esta nova categoria?
Fiz alguns testes porque fui convidado pela a equipe Manor para ajudar a melhorar o carro, não pude ajudar muito por vários problemas com o motor do carro, espero que a equipe tenha gostado do meu report depois dos treinos para melhorar o carro em varias áreas!

Você é filho de ijuiense, qual a relação com a nossa cidade e que mensagem você deixa para os jovens que sonham com uma oportunidade ligada ao esporte.
Primeiramente, a vida de um esportista tem que ser considerada de sacrifícios se quiser chegar ao sucesso, muita dedicação e muito empenho profissional. Coloque toda sua energia e foco no seu objetivo, confie e tenha Fé em Deus que nada é impossível! Adoro dizer que ninguém é digno das grandes vitórias se não aprendeu a agradecer as dramáticas derrotas.

Nascido em Barreiras-BA, foi lá que fez as primeiras provas naquela categoria e, já em 2003, foi vice-campeão, com apenas 14 anos, ficando atrás do campeão por apenas 1 ponto.
Em 2004 mudou para Brasília em busca do seu maior sonho: chegar a tão cobiçada categoria de automobilismo, a Fórmula 1. A partir daí, comecou a carreira no asfalto, com os karts, e com apenas poucos meses de trabalho se consagrou campeão brasileiro de kart, campeão brasiliense, vice-campeão sul brasileiro e vice-campeão da Copa Brasil, tendo sido reconhecido como piloto revelação pela Federação Brasiliense de Automobilismo.
Em 2005, mudou-se para São Paulo, na época com 16 anos, ingressou nas categorias de Fórmula 3 Sul-americana e Fórmula Renault, categorias bases do automobilismo mundial. Nesse ano terminou em 6º lugar no campeonato de Fórmula 3.
Em 2006, com 17 anos e ainda em São Paulo, consagrou-se campeão Sul-Americano de F-3, categoria que revelou quase todos os grandes pilotos de Fórmula 1. Nesse ano ganhou 7 corridas, com 7 poles, 7 voltas mais rápidas, 2 records de pista - Brasília e Curitiba - totalizando 13 pódios. Por todas estas conquistas foi eleito o melhor piloto brasileiro da categoria Fórmula tendo, por isso, conquistado o prêmio de Capacete de Ouro, promovido pela revista "Recing".
Em 2007 mudou-se para Itália, para participar da categoria Fórmula 3000, enfrentando, além da própria cobrança, dificuldades como hábitos, costumes e língua diferentes. A F-3000 era, antes da criação da GP2, em 2005, a principal categoria de acesso á Fórmula 1.
Foi um ano de muitas dificuldades financeiras, que eram todas arcadas pelo seu pai, mas com 6 pódios. No ano passado, participou do campeonato da GP2, categoria mundialmente conhecida em virtude de acompanhar as 11 etapas europeias da Fórmula 1. Conquistou 2 vitórias, uma no Bharein e outra em Monza, portal do automobilismo, despertando, assim o interesse das equipes da Fórmula 1. Agora, é o piloto reserva e de teste da Virgin Racing, do empresário Richard Bronson, uma das novas equipes que entraram no campeonato de 2010 da Fórmula 1. Paralelamente à participação da GP2, Razia vai acompanhar todas as etapas da Fórmula 1, fazendo os testes de pré e pós-temporada, havendo a possibilidade, inclusive, de vir a substituir um dos pilotos oficiais, caso ocorra algum imprevisto que inviabilize a participação dos titulares.




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