Não dá para negar que a internet mudou muito nos últimos anos. Essa evolução é progressiva e agressiva. O número de usuários está crescendo em ritmo ascendente, assim como a velocidade da rede com a banda larga permite o acesso a informações cada vez mais complexas e cada vez mais rapidamente. Ao mesmo tempo, estamos vivenciando uma corrida contra o tempo das empresas e pessoas que estavam fora da web, pois é cada vez mais raro encontrar resistências ao potencial de atração de negócios e de relacionamentos no ambiente virtual.
Conforme especialistas, Tim O'Really é um deles, um dos motivos da atração que a internet possui sobre os usuários deve-se a mudanças que transformaram a w3 de uma rede de computadores em uma plataforma de serviços. Tais inovações foram analisadas e convergiram para o conceito web 2.0. No bojo das transformações, o usuário passou a ser protagonista e não um simples receptor de informações. A produção de conteúdo foi facilitada e acessível a todos. O fenômeno dos bloggers, Flickr, Youtube e mesmo as redes de relacionamentos como o Orkut, Facebook e mais recentemente o Twitter comprovam que o internauta evoluiu também, talvez em decorrência do aprendizado acumulado ao longos dos anos.
Para muitos, essas inovações e a maior participação significam um processo de democratização. De fato, ao ampliar o acesso e permitir que mais pessoas postem opiniões em canais interativos e criem espaços de troca de experiências, de defesas de ideias, de convergência, de protestos, por exemplo, inegavelmente percorre-se esse caminho. É talvez a característica mais importante da web 2.0.
Nesse cenário, o jornalista passou por uma revolução em diversos aspectos do seu ofício. Talvez nenhuma outra profissão tenha sentido tanto os efeitos dessa evolução. Praticamente, todos os jornais hoje possuem versões on-line, não apenas como fornecedor de conteúdo, mas com a preocupação em atender à nova dinâmica da rede que requer espaço para a participação e interatividade. Na verdade, o conteúdo jornalístico é certamente o maior, senão um dos maiores, atrativos da rede. A informação instantânea, precisa, aliada à imagem, som, video, debate, opinião, acessível a um clique, ou melhor ainda, chegando até o leitor através de atualizações pré-determinadas, é o grande trunfo da nova era da web.
Sendo assim, o jornalista precisou adaptar a sua forma de escrever e aprender a utilizar novos serviços e recursos disponíveis na internet. Chegamos ao profissional multimídia em sua versão mais atual: o jornalista 2.0. O aprendizado não tem sido fácil e é constante, já que a evolução da w3 não para. Mas os que já se adaptaram ao universo de possibilidades que essa ferramenta permite, esses deram um passo a frente para captar a atenção dos novos leitores, usuários da internet. Sugestões de pauta, interativas, espaço para comentários são possibilidades que vêm sendo cada vez mais exploradas. Se alguém duvida, atire a primeira pedra aquele que nunca utilizou o Google como ferramenta de busca ou tirou aquela dúvida que a cabeça atarefada e estressada teimava em não lembrar na wikipédia.
Por outro lado, a web 2.0 tem como característica oferecer conteúdo gratuito. É exatamente aí que surge um conflito. Muito se discute a respeito do financiamento dos jornais na internet. Notícias de demissões e fechamento de periódicos reforçam esse medo. Há uma tendência dos jornais de liberar o conteúdo digital completo só para assinantes. O fato é que atualmente as pessoas pagam mensalmente para uma operadora de telefonia para ter acesso a web2.0 e ler conteúdo jornalístico gratuitamente. Ainda que de um modo geral a remuneração profissional esteja bem abaixo das expectativas e certamente não compense o esforço de formação, estudo e dedicação que um bom profissional exige, equipe competente tem um custo significativo, ainda mais se se propõem a fazer jornalismo investigativo. Mas essa questão é antiga e apenas apresenta novas nuances a medida que as novas tecnologias são inseridas no contexto do fazer jornalismo. Por enquanto, os grandes veículos continuam a frente quando o usuário procura informação e credibilidade, mas ao analisarmos as características da nova web existe uma tendência para a queda desse reinado, pelo menos da forma como ele se estrutura hoje.
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