sexta-feira, 11 de março de 2011

Na busca do passado ijuiense de Andrei Netto




Acima, a esposa Lúcia Müzell que propiciou o contato com os familiares de Andrei Netto (acima).

Desde ontem, iniciei na Redação do Jornal da Manhã de Ijuí a tentativa de localizar familiares de Andrei Netto. O esforço foi em conjunto com a colega Talita Mazzola. Hoje, consegui o contato com Régis de Moraes Netto, irmão do ijuiense Andrei de Moraes Netto, o agora famoso jornalista que passou oito dias preso pelas milícias do regime Kadafi na Líbia. O desaparecimento de Andrei comoveu toda a comunidade internacional e mobilizou a diplomacia brasileira e associações de jornalistas. O telefone da família em Porto Alegre foi repassado ontem de madrugada via Facebook pela esposa do jornalista que reside em Paris, na França, Lúcia Müzell. Na cidade, todos estão curiosos para esclarecer o vínculo com Ijuí do jornalista, que conheceu nos últimos dias a face mais dura das forças do ditador Muamar Kadafi na tentativa de fazer o seu trabalho, trazendo informações sobre o conflito civil armado que vive o país muçulmano do norte da África.

Primeiramente, gostaríamos de saber se já foi possível o contato por telefone com Andrei na residência do embaixador brasileiro George Ney de Souza Fernandes em Trípoli? Ele contatou a minhã mãe e naquele momento estava prestes a voar para Paris. Ele disse que estava bem na medida do possível Relatou ter sofrido grande tortura psicólogica.

Como foi esse período de oito dias, desde o dia 2, sem saber notícia do paradeiro e da integridade física do Andrei para a família?

Régis de Moraes Netto: Foi duro. Ele está lá desde o dia 19 de fevereiro e a gente vinha acompanhando e em determinado momento ele sumiu. Passaram-se 10 dias e a gente não sabia nem se estava vivo ou morto. Depois com a exposição na mídia do desaparecimento, que se iniciou a pressão e então foi divulgado que ele estava preso e onde ele estava. Em seguida, a imprensa mobilizou contatos até a libertação dele.

Gostaríamos de esclarecer a história da família de Moraes Netto com Ijuí?

Régis de Moraes Netto: Todos os quatro filhos casal João Carlos e Maria Teresinha são nascidos em Ijuí. Eles deixaram Ijuí em 1984. Estudamos nos tradicionais colégios da cidade: Ruizinho, Ruyzão e no Ceap. Andrei é o mais novo e tem menos vínculo com a cidade. Sou casado com uma ijuiense e sempre volto à cidade a cada ano. Meus filhos gostam de passar as férias aí. Todos os quatro filhos do casal formaram-se em Porto Alegre na PUC ou UFRGS. O meu pai foi motorista da empresa Ouro e Prata fazia linha Porto Alegre-Ijuí. Hoje mora no interior de Goiás. Ele é da família Dumoncel de Santa Bárbara e Moraes de Cruz Alta. Minha mãe reside em Porto Alegre.

Como a família acompanha o trabalho dele como correspondente internacional?

Régis de Moraes Netto: É difícil. O Andrei esses dias estava indo para o Egito. Eu mesmo disse: meu irmão não vá. Acabou que foi outro colega. Eu disse ainda bem, mas ele tem isso no sangue, não sei se vai ser a última não. Essa é a vida dele.

Por fim, Andrei pretende vir ao Brasil em breve para rever a família?

Régis de Moraes Netto: Possivelmente sim. Ele esteve recentemente no Estado, passou o Natal e o Ano Novo aqui. Talvez tenha que vir ao Brasil a trabalho, mas não necessariamente venha a Porto Alegre.


segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Volta às Aulas





Não é novidade para ninguém que além de jornalista eu sou mãe. Eu sei que faz tempo que eu não atualizo esse blog, que é para tratar do meu ofício. Mas não resisti. Aqui, a volta às aulas do Neneco.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Cuidado com o que pede


A gente tem que cuidar o que pede. Neste ano, incomodei tanto os meus colegas de redação que queria ser premiada com troféu aqui de Ijuí que, aliás, só ganha quem paga por ele e pouco tem a ver com o reconhecimento profissional, que acabou dando certo. No amigo secreto de ontem, a minha colega e amiga descarada, Carine da Pieve, me entregou um troféu personalizado, de Melhor Jornalista 2010. Foi uma farra. Adorei.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

No Congresso

Desde ontem estou acompanhando a equipe de assessores do deputado federal ijuiense Darcísio Perondi em Brasília. Preparo uma bela matéria para o Jornal da Manhã contando como é o trabalho do nosso parlamentar. Vou relatar um pouco da rotina e da estrutura dos gabinetes, que adianto, são bem menores do que a gente imagina. Esta foto é do 10º andar do Anexo 4, onde fica a maior parte dos escritórios dos deputados. Ao fundo, o prédio verde é onde funcionam dezenas de comissões parlamentares, que concentram os trabalhos pela manhã. Mais atrás as torres e plenários da Câmara e do Senado.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Entre cabriúvas e angicos



Participei ontem junto com colegas do Jornal da Manhã do projeto de replantio do Parque de Exposições Wanderlei Burmann. Foi no Bosque do Saci. Neste ano, 11 empresas já participaram do plantio para substituir as árvores que já estão com seu tempo de vida no final. Neste ano já foram plantadas 69 árvores. O bosque tem 37 espécies nativas do Rio Grande do Sul, incluindo algumas espécies raras. Eu e a jornalista Talita Mazzola plantamos oito mudas de árvores, tais como a Açoita Cavalo, Angico Vermelho, Guatambu, Cabriúva, dentre outras, sendo todas madeiras nobres. Além da importância ambiental, foi bem divertido!

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

55% dos jovens não avançam em escolaridade em relação aos pais no Brasil

O relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) aponta que o Brasil é o terceiro pior país do mundo em desigualdade. Para os jovens, enfrentar essa realidade é difícil, mas o melhor caminho para superar esse fosso entre ricos e pobres está na Educação. O problema é que o acesso ao ensino também não avança e reproduz a baixa mobilidade socioeconômica a cada nova geração de brasileiros.
No Brasil, apenas 36% dos jovens entre 18 e 23 anos estão estudando. Outro dado preocupante do estudo indica que mais da metade dos jovens brasileiros, no máximo, repete o nível de educação dos pais, enquanto nos EUA, por exemplo, 80% superam a geração anterior. O Brasil perde para países como Honduras, Bolívia e Equador, segundo relatório da ONU. Hoje, metade dos jovens brasileiros com idade para cursar o Ensino Médio está fora da escola. No Brasil, são 50 milhões jovens entre 15 e 29 anos.
Na opinião do professor emérito da Unicamp e pesquisador emérito do CNPq Dermeval Saviani, a pesquisa reitera um fato já conhecido que vem resistindo a se modificar basicamente por falta de vontade política. O alto índice de desigualdade que caracteriza a sociedade brasileira e a falta de vontade política para assumir, de fato, a educação como primeira prioridade explica essa disparidade, inclusive em relação a outros países latino-americanos. Como resultado dessa gestão insuficiente, a grande maioria da população tem dificuldade de acesso aos níveis mais elevados de ensino e, quando o consegue, acaba por fazê-lo em instituições que qualitativamente deixam a desejar.
Para ele, o fato de que no Brasil mais da metade dos filhos não ultrapassam o nível educacional atingido pelos pais pode estar relacionado a oferta de Ensino Médio e, mais ainda, de nível Superior estar bem aquém da demanda correspondente às faixas etárias correspondentes. “Acredito que isso se explique pelo fato de que, sendo a oferta de ensino no Brasil cronicamente insatisfatória, na década de 1990, sob o governo FHC, adotou-se a política, fortemente recomendada pelo Banco Mundial, de priorizar o Ensino Fundamental. Com isso ficou deprimida a oferta de vagas no Ensino Médio e Superior, dificultando que os filhos de pais que não cursaram esses níveis de ensino a eles tivessem acesso”, avalia. Ele lembra que no Brasil a oferta de vagas no nível superior não chega a 12% dos jovens entre 18 e 24 anos, na Argentina, por exemplo, a oferta corresponde a 36%, ou seja, três vezes mais.
Saviani participou em Ijuí no 1° Seminário Regional Atualidade e Perspectiva do Ensino de Geografia, História e Sociologia promovido pelo Departamento de Ciências Sociais da Unijuí.